observatório da alimentação e mudança climática
Observatório da Alimentação e Mudança Climática
O Observatório de Alimentação e Mudança Climática (OBAM) é uma iniciativa do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília que busca monitorar, analisar, produzir e divulgar estudos sobre as relações entre sistemas agroalimentares e as mudanças climáticas.
Monitorar, analisar e divulgar conhecimentos sobre as relações entre os sistemas agroalimentares e a mudança climática, promovendo articulações entre academia, setor público, sociedade civil e movimentos sociais para a construção de sistemas agroalimentares mais sustentáveis, resilientes e justos.
Ser referência nacional e internacional na produção e difusão de conhecimento interdisciplinar sobre alimentação e mudança climática, contribuindo para a transformação dos sistemas agroalimentares e o fortalecimento da segurança e soberania alimentar no Brasil e no mundo.
mais eventos climáticos extremos
Nos últimos 50 anos catástrofes como secas, inundações e ondas de calor aumentaram em 5x suas ocorrências
Em um mundo 4 °C mais quente, até 1,8 bilhão de pessoas podem enfrentar insegurança alimentar grave
Entre 2012 e 2024, os alimentos no Brasil subiram 162%, enquanto a inflação geral foi de 109……………..
As mudanças climáticas intensificam eventos extremos
Clima mais imprevisível, secas prolongadas, inundações e ondas de calor impactam diretamente os sistemas agroalimentares e elevam drasticamente os preços dos alimentos. Esse cenário ameaça a segurança alimentar global: em um mundo 4 °C mais quente, até 1,8 bilhão de pessoas poderão estar em risco de fome.
O Brasil vive essa crise com força
Os preços dos alimentos cresceram 162% de 2012 a 2024, superando a inflação geral. Eventos climáticos extremos, hoje 5 vezes mais frequentes que há 50 anos, prejudicam os pequenos produtores e agravam a vulnerabilidade de quem mais depende da terra e da natureza.
Acompanhar os efeitos das alterações climáticas nos sistemas agroalimentares e territórios, afetando a soberania alimentar com foco nos grupos mais vulneráveis, como os Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs).
Transformar dados técnicos e científicos em conteúdos compreensíveis, que fortaleçam a mobilização social, a educação crítica e a incidência em políticas públicas.
Construir pontes entre pesquisadores, instituições e os saberes dos povos tradicionais, valorizando a diversidade de vozes e experiências no enfrentamento da fome e da crise climática.
Produzir, sistematizar e compartilhar dados, estudos e experiências relevantes sobre o tema, gerando subsídios estratégicos para políticas públicas mais justas, sustentáveis e alinhadas às realidades de diferentes territórios e modos de vida.
Apoiar práticas de produção e abastecimento baseadas na agroecologia e na relação equilibrada com a natureza, promovidas por comunidades tradicionais, agricultores familiares e populações urbanas organizadas.
O OBAM nasce com o propósito de compreender e transformar os efeitos das mudanças climáticas sobre os sistemas agroalimentares, conectando ciência, território e políticas públicas. Essa missão está profundamente alinhada com a Agenda 2030 da ONU, que estabelece os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como um pacto global para promover justiça social, equilíbrio ambiental e bem-estar para todas as pessoas.
O observatório contribui diretamente com cinco ODS centrais:
O OBAM monitora os impactos das mudanças climáticas sobre o direito à alimentação, os modos de produção e as práticas agroecológicas, valorizando alternativas que garantam segurança alimentar e respeito aos territórios.
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
2.1 Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano
2.2 Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acordadas internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas
2.3 Até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à terra, outros recursos produtivos e insumos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e oportunidades de agregação de valor e de emprego não agrícola
2.4 Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo
2.5 Até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação e domesticados e suas respectivas espécies selvagens, inclusive por meio de bancos de sementes e plantas diversificados e bem geridos em nível nacional, regional e internacional, e garantir o acesso e a repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados, como acordado internacionalmente
2.a Aumentar o investimento, inclusive via o reforço da cooperação internacional, em infraestrutura rural, pesquisa e extensão de serviços agrícolas, desenvolvimento de tecnologia, e os bancos de genes de plantas e animais, para aumentar a capacidade de produção agrícola nos países em desenvolvimento, em particular nos países menos desenvolvidos
2.b Corrigir e prevenir as restrições ao comércio e distorções nos mercados agrícolas mundiais, incluindo a eliminação paralela de todas as formas de subsídios à exportação e todas as medidas de exportação com efeito equivalente, de acordo com o mandato da Rodada de Desenvolvimento de Doha
2.c Adotar medidas para garantir o funcionamento adequado dos mercados de commodities de alimentos e seus derivados, e facilitar o acesso oportuno à informação de mercado, inclusive sobre as reservas de alimentos, a fim de ajudar a limitar a volatilidade extrema dos preços dos alimentos
A relação entre clima, alimentação e saúde está no centro das análises do OBAM, evidenciando como a degradação ambiental impacta diretamente a qualidade de vida das pessoas, em especial as populações que vivem em maior vulnerabilidade.
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades
3.1 Até 2030, reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos
3.2 Até 2030, acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, com todos os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por 1.000 nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para pelo menos 25 por 1.000 nascidos vivos
3.3 Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis
3.4 Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar
3.5 Reforçar a prevenção e o tratamento do abuso de substâncias, incluindo o abuso de drogas entorpecentes e uso nocivo do álcool
3.6 Até 2020, reduzir pela metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas
3.7 Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais
3.8 Atingir a cobertura universal de saúde, incluindo a proteção do risco financeiro, o acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos
3.9 Até 2030, reduzir substancialmente o número de mortes e doenças por produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e água do solo
3.a Fortalecer a implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco em todos os países, conforme apropriado
3.b Apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para as doenças transmissíveis e não transmissíveis, que afetam principalmente os países em desenvolvimento, proporcionar o acesso a medicamentos e vacinas essenciais a preços acessíveis, de acordo com a Declaração de Doha, que afirma o direito dos países em desenvolvimento de utilizarem plenamente as disposições do acordo TRIPS sobre flexibilidades para proteger a saúde pública e, em particular, proporcionar o acesso a medicamentos para todos
3.c Aumentar substancialmente o financiamento da saúde e o recrutamento, desenvolvimento e formação, e retenção do pessoal de saúde nos países em desenvolvimento, especialmente nos países menos desenvolvidos e nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento
3.d Reforçar a capacidade de todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, para o alerta precoce, redução de riscos e gerenciamento de riscos nacionais e globais de saúde
O OBAM destaca os efeitos das mudanças nos ambientes urbanos e rurais, fomentando políticas públicas que considerem as especificidades locais e os saberes de comunidades historicamente vulnerabilizadas, incluindo os Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs).
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis
11.1 Até 2030, garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas
11.2 Até 2030, proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária por meio da expansão dos transportes públicos, com especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos
11.3 Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países
11.4 Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo
11.5 Até 2030, reduzir significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas por catástrofes e substancialmente diminuir as perdas econômicas diretas causadas por elas em relação ao produto interno bruto global, incluindo os desastres relacionados à água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade
11.6 Até 2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros
11.7 Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência
11.a Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento
11.b Até 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos adotando e implementando políticas e planos integrados para a inclusão, a eficiência dos recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a resiliência a desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030, o gerenciamento holístico do risco de desastres em todos os níveis
11.c Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais
O observatório atua como um espaço de reflexão sobre os modelos de produção e consumo que degradam a natureza, estimulando alternativas sustentáveis e éticas nos sistemas alimentares.
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
12.1 Implementar o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com todos os países tomando medidas, e os países desenvolvidos assumindo a liderança, tendo em conta o desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento
12.2 Até 2030, alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais
12.3 Até 2030, reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita
12.4 Até 2020, alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida destes, de acordo com os marcos internacionais acordados, e reduzir significativamente a liberação destes para o ar, água e solo, para minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente
12.5 Até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso
12.6 Incentivar as empresas, especialmente as empresas grandes e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios
12.7 Promover práticas de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e prioridades nacionais
12.8 Até 2030, garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza
12.a Apoiar países em desenvolvimento a fortalecer suas capacidades científicas e tecnológicas para mudar para padrões mais sustentáveis de produção e consumo
12.b Desenvolver e implementar ferramentas para monitorar os impactos do desenvolvimento sustentável para o turismo sustentável, que gera empregos, promove a cultura e os produtos locais
12.c Racionalizar subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, que encorajam o consumo exagerado, eliminando as distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias nacionais, inclusive por meio da reestruturação fiscal e a eliminação gradual desses subsídios prejudiciais, caso existam, para refletir os seus impactos ambientais, tendo plenamente em conta as necessidades específicas e condições dos países em desenvolvimento e minimizando os possíveis impactos adversos sobre o seu desenvolvimento de uma forma que proteja os pobres e as comunidades afetadas
A produção e disseminação de dados e experiências sobre as transformações do clima impulsionam ações de adaptação e mitigação, promovendo uma resposta qualificada e territorializada à crise climática.
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos (*)
13.1 Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países
13.2 Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais
13.3 Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima
13.a Implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] para a meta de mobilizar conjuntamente US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020, de todas as fontes, para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto das ações de mitigação significativas e transparência na implementação; e operacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima por meio de sua capitalização o mais cedo possível
13.b Promover mecanismos para a criação de capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas
(*) Reconhecendo que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] é o fórum internacional intergovernamental primário para negociar a resposta global à mudança do clima.
Professor Adjunto IV do Departamento de Geografia da UnB nos cursos de graduação e pós-gradualçao e Diretor de Fomento à Iniciação Científica. Doutor em Geografia pela UNESP, com pós-doutorado na Erasmus University Rotterdam. Especialista em Geografia Econômica, Urbana e Rural, com foco em sistemas agroalimentares e redes globais de produção. Coordena o Laboratório GeoRedes e lidera o Grupo de Pesquisa CNPq GovernAGRO.
Professora no Departamento de Geografia da UnB nos cursos de graduação e pós-graduação e Research Fellow no Leibniz-Zentrum Moderner Orient, Berlin. Doutora em Geografia pela Universidade de Münster (Alemanha). Experiência docente em universidades alemãs (Erlangen-Nurembergue, Münster, Mainz) e pós-doutorado na USP. Atua em Geografia Econômica e Cultural, com pesquisas sobre migração, mundo islâmico, sistemas alimentares e mudança climática. Integrante do Laboratório GeoRedes e vice-líder do Grupo de Pesquisa CNPq GovernAGRO.
Professor do Departamento de Geografia da UnB nos cursos de graduação e pós-graduação. Doutor em Geografia/Climatologia pela UFPR (2015). Especialista em dinâmica climática, eventos extremos, desastres naturais e mudanças climáticas. Coordena o Laboratório de Climatologia Geográfica da UnB desde 2017. Atua na graduação (Geografia, Engenharia Florestal, Ciências Ambientais) e é coordenador de graduação presencial e vice-coordenador do Mestrado Profissional em Geografia.
Professora Adjunta do Departamento de Geografia da UnB nos curso de graduação e pós-graduação. Doutora em Geografia (UnB) e Ciências Ambientais (UFG). Especialista em análise da paisagem com SIG e sensoriamento remoto. Atua em planejamento territorial, Unidades de Conservação e fitogeografia. Coordena o Grupo de Pesquisa em Gestão da Paisagem e Território (GPAT) e é membro do Laboratório de Sistemas de Informações Espaciais (LSIE) da UnB.
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